Que os italianos são bons em luxo, design, tipo e velocidade nós imediatamente sabemos. Todavia não é sempre que essas virtudes eram encontradas juntas, somadas a um sólido pacote tecnológico de ponta. Conjuguei o verbo “ser” no passado visto que essa equação foi solucionada - com maestria - pela centenária montadora italiana Maserati, que acaba de lançar versões atualizadas e moderníssimas de seus modelos Ghibli, Quattroporte e Levante. Fui até um dos mais charmosos destinos dos Alpes italianos pra sobressair se, na prática, os carros sustentavam o discurso que estava no papel. Alguns antigos conceitos estão caducando mais rápido, inclusive no setor automobilístico.
Quem nunca ouviu que um automóvel esportivo não é confortável ou que um automóvel luxuoso não consegue ser rapidamente? Se você ainda não entrou num Maserati, quem sabe guarde algum desses preconceitos. Eu, se ainda os tinha, deixei-os enterrados pela neve da aconchegante Courmayeur. Mais do que simples evoluções estéticas, os modelos ganharam inovações tecnológicas que tornam a experiência ao volante incrivelmente prazerosa e segura. A possibilidade de um lugar coberto de neve, com pistas escorregadias e sinuosas, foi proposital, dado que um dos pontos centrais da atual estratégia de divulgação da montadora é o sistema de tração Q4.
Falarei sobre ele mais à frente. Comecemos pelo modelo que se tornou meu xodó no decorrer da passagem na Itália: o Levante. Lançado no Salão de Genebra de 2016, ele representou a chegada da montadora italiana ao segmento de SUVs. Foi um ponto de virada que trouxe grandes recompensas: até junho de 2017, 25 mil unidades foram vendidas em setenta e dois países, número que fez do Levante o Maserati mais comercializado no período. O SUV foi concebido por volta de 3 pilares: design, exclusividade e desempenho. Sem perder a categoria, é apto de excitar os motoristas mais focados na esportividade, graças ao emprego extensivo de equipamentos leves, a uma distribuição de peso certo (50:50) e ao centro de gravidade mais baixo do segmento. Essas características dão a ele uma agilidade inigualável na classe de SUVs de luxo. O layout da suspensão de 5 elos duplos de alumínio adiciona amortecedores Skyhook controlados eletronicamente e Air Springs.
Em conjunto com o sistema inteligente de tração nas quatro rodas - o Q4 - e o sistema de vetorização de torque, o chassi dá execução GT na rodovia e uma surpreendente prática off-road. Todo este linguajar “semitécnico” pra contar que estar a bordo do Levante é um exercício permanente de autoquestionamento: “Estou num cupê ou num SUV?
”. Ele foi projetado pra propiciar conforto luxuoso em estradas irregulares e excelente manuseio em superfícies com baixa aderência. E parece que, neste momento, a Maserati está levando a charada da “baixa aderência” a ferro e fogo. Cheguei ao circuito do Ice Kart Cervinia, aos pés do Mont Blanc, pronto para dirigir o Levante em uma pista coberta de neve e gelo - 100% coberta!
Um instrutor da montadora me dava as dicas de onde acelerar, onde frear, os pontos de tangência… Quando assumi o volante, aos poucos fui ganhando convicção no sistema Q4. Desse jeito que me acostumei com as respostas do automóvel, comecei a pisar mais fundo. O ronco do motor é de um superesportivo - por fim, é o sangue Ferrari correndo ali dentro. Numa reta da pista, enclausurada por paredões de neve mais altos que o respectivo Levante e que amplificavam o ronco do motor, o sentimento de velocidade era maior. Todavia falemos das adições tecnológicas, que foram diversas.
O Sistema de Assistência à Condução Avançada (ADAS), assim como este as funções ativas highway assist, lane keeping assist e active blind spot assist, além do reconhecimento de sinais de trânsito, são um passo considerável pra direção semiautônoma. A despeito de o ADAS seja um ativo valioso para proporcionar uma experiência de condução mais segura, a montadora permanece fiel à sua filosofia central - de fabricante de automóveis de turismo de corrida capazes de doar experiências de condução incomparáveis. Esse princípio aplica-se ao Quattroporte, um sedã esportivo de luxo que coloca o motorista em primeiro ambiente, que não se propõe a ser um carro autônomo.
A introdução do pacote ADAS ligeiro na gama Quattroporte torna o carro ainda mais seguro numa diversidade de condições de tráfego, no entanto o motorista permanece 100% no controle. Ao lado do novo Ghibli, o Quattroporte é o primeiro Maserati a amparar o sistema Integrated Vehicle Control (IVC), montado em colaboração com a Bosch.
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